Viva o 8 de outubro, Dia do Nordestino!


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

O Nordeste. Diz a lenda cabocla que Jesus esteve por aqui. Ele e Pedro. Em suas andanças por este sertão, visitou vilas e brocotós. Ensinou a reza para se desengasgar de espinha de peixe. Ficou admirado da bravura dos vaqueiros. Explicou  a Pedro porque a palmeira do coco babaçu mesmo alta, tem frutos pequenos, se comparado,  por exemplo, com o pé de melancia – este tão rasteiro para tão grandes frutos!

Foi por aqui, diz a lenda, que Jesus quis alterar a morte, ou seja, um ir e um voltar, tal como uma laranja mergulhada no fundo de um córrego. Mas Pedro, ao contrário, interviu, e disse que a morte seria como uma pedra atirada no mesmo córrego – quando lá no fundo, morreu e acabou – não volta mais. Por isso, talvez, ficamos  mais familiar  a ela: morrer  aqui é festa para todos os cachaceiros!

O Nordeste naquilo que tem de mais pobre, do ponto de vista material, esbanja no espiritual e no cultural.  Quantos meninos vieram ao mundo por mãos das milagrosas parteiras? Quantas pessoas enfermas, curadas por uma simples reza? Quantos incêndios apagados sem ajuda de corpo de bombeiros – só com um simples gesto de uma velha rezadeira?

Enfim, o Nordeste é raiz e planta. Terra e fogo. Coragem e devoção a todos os santos. Os nossos profetas são também os que nos trazem o pão, o remédio e o abrigo. E assim ficamos sabendo, quando vai chover ou fazer verão. Nada aqui se passa sem uma explicação. Sabemos até porque o cachorro, quando encontra outro, costumar cheirar aquilo que no homem – serve também para se escrever o “o” quando se senta no chão! Aliás, neste caso, não há ninguém analfabeto por aqui. Todos nós tiramos de letras!

Mas o grande segredo, ainda está por ser revelado: o dia em que a roda grande vai passar por dentro da pequena! Ah este dia foi anuncia por Antônio Conselheiro – nosso patriarca do sertão!

Que chegue logo este dia!

Um bom dia para todos os nordestinos em todos os lugares do Brasil e  do mundo!

 

 

 

 

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