O ser professor


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

Se a sala de aula não é o “bicho”, eu acredito por experiência própria que sim, certamente é um lugar Outro – aquele em que os fantasmas estão sempre a lhe esperar para o jantar. De sorte que, quem nele adentra, não consegue mais dele sair, a não ser, não condição de seus vômitos!

O anunciado acima é para levantar uma  reflexão  acerca  do “ser professor”, e sua difícil missão de retornar a um mundo cavernoso,  o qual,  a humanidade acredita já ter superado. A sala de aula  é um dos maiores achados antropológicos – nada aqui se passa como em outros mundos!

Portanto, o professor é uma espécie de Prometeu tentando “roubar o fogo sagrado dos deuses” para dá aos homens! E o resultado desta história, todos nós sabemos no que vai dar, isto é, Prometeu foi acorrentado com as vísceras exposta para o deleite dos abutres por toda a eternidade!

Digo isso para chamar atenção do abandono do professor por parte da sociedade, e não apenas  dos seus  governantes. Se hoje estamos importando médicos de outros países para atender as demandas na área de saúde, em regiões em que os nossos médicos não se arriscariam entrar  amanhã, certamente, este problema vai acontecer na área da educação, em virtude de que, com tanta desvalorização, ninguém vai querer enfrentar  o dia a dia uma sala de aula, sem ter um justo reconhecimento!

Portanto, o Brasil não resolverá os seus históricos problemas sociais e econômicos, como os que afetam a saúde, a segurança, o desenvolvimento e outros que tais, sem resolver os que afetam a educação; entre estes, os que atingem diretamente o professor.

Por fim, mais do que um dia do ano para comemorar, o professor precisa ser respeitado e valorizado, como aquele em cujas mãos passam todas as outras profissões – também importantes, como as do médico, advogado, engenheiro, etc., etc.

Parabéns a todos os professores, com ou sem flores no seu dia!

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