Uma contribuição reflexiva aos “pescadores” de alma
Uma contribuição reflexiva aos “pescadores” de alma I - A nossa “aranha imagética”. Quando somos prisioneiros da teia de nós mesmos? Por Gilvaldo Quinzeiro O texto abaixo é um esforço para chegar até o limite do indizível, do inefável, ou seja, lá onde reside a cena primordial do nosso desespero, do nosso desamparo, das nossas carências mais profundas, e, neste caso, o próprio autor corre sério risco de, ao fazer este mergulho nestas profundezas, não conseguir voltar. O dito acima diz respeito ao que chamaremos de um esboço à uma introdução ao fantasmagórico, um esforço para um possível ponto de conexão entre a psicanálise e o xamanismo conforme ventilou o famoso antropólogo Lévi-Strauss. Em "A Eficácia Simbólica", artigo publicado em 1949, Lévi-Strauss analisa um longo e detalhado relato do xamã Kuna, Nele Kantule, sobre um parto difícil. O xamã, através de um cântico ritualístico, ajuda a parturiente a dar à luz. Lévi-Strauss argumenta que a eficácia do xamã não...