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Mostrando postagens de 2024

Uma contribuição reflexiva aos “pescadores” de alma

  Uma contribuição reflexiva aos “pescadores” de alma I - A nossa “aranha imagética”. Quando somos prisioneiros da teia de nós mesmos? Por Gilvaldo Quinzeiro O texto abaixo é um esforço para chegar até o limite do indizível, do inefável, ou seja, lá onde reside a cena primordial do nosso desespero, do nosso desamparo, das nossas carências mais profundas, e, neste caso, o próprio autor corre sério risco de, ao fazer este mergulho nestas profundezas, não conseguir voltar. O dito acima diz respeito ao que chamaremos de um esboço à uma introdução ao fantasmagórico, um esforço para um possível ponto de conexão entre a psicanálise e o xamanismo conforme ventilou o famoso antropólogo Lévi-Strauss. Em "A Eficácia Simbólica", artigo publicado em 1949, Lévi-Strauss analisa um longo e detalhado relato do xamã Kuna, Nele Kantule, sobre um parto difícil. O xamã, através de um cântico ritualístico, ajuda a parturiente a dar à luz. Lévi-Strauss argumenta que a eficácia do xamã não...

Cadê os homens, primo? Que circunstância é essa que não podemos nos comparar com uma aranha?

Por Gilvaldo Quinzeiro O homem, no seu imenso orgulho de querer pertencer aos céus, pode até não se comparar a uma aranha, posto que não se reconheça como um bicho qualquer. Quanto a aranha, presa ao seu trabalho tecer, não faz nenhum gesto de querer imitar o homem, por isso mesmo permanece em comunhão com as coisas telúricas. Contudo, a finitude de ambos, os colocam na assombrosa teia onde cada um é lançado a dar conta de si mesmo! Um homem esmagado pelas circunstâncias, diferente do que este possa ter pensado acerca de si mesmo, não vale mais do que uma aranha, além do que, são nestas circunstâncias que a teia da vida se coloca claramente aos nossos olhos! As circunstâncias atuais do mundo, não são boas para nenhum homem, e muito menos para uma aranha! A situação atual da Síria, por exemplo, na qual uns festejam a derrubada de Bashar al-Assad, hoje em asilo político na Rússia, enquanto os mesmos que estão a festejar o curso dos acontecimentos, estão impiedosamente a destruir toda a e...

O mundo e seus novos cavalos de batalhas

Por Gilvaldo Quinzeiro As novas guerras desafiam o cavalo do tempo e seu relógio. No campo de batalha, as novas tecnologias, são “cavalos” a cumprirem eficazmente suas missões de alto risco, sem, contudo, reivindicar qualquer afago. Quanto ao relógio do tempo, as novas guerras não só aceleraram seus ponteiros, como já não obedecem a qualquer engrenagem. Enquanto isso, a humanidade permanece adormecida, porém, isso não adia a sua chegada à beira do precipício! A derrubada de Bashar al-Assad, na Síria, no último final de semana, por exemplo, quebrou uma “pata” do cavalo da Rússia e esquartejou o espinhaço das pretensões dos interesses geopolíticos do Irã no Oriente Médio. E colocou Israel e a Turquia como “galo e galinha” a chocarem os ovos de ouros, ao menos a curto prazo, dos seus vizinhos!  Como uma pequena região, quase invisível no mapa mundial, derrubou a sela de todos os cavalos? Por outro lado, não obstante a tudo isso, uma grande “verruga” de encrenca está nascendo na testa ...

Que mundo abraça a vitória de Trump?

Por Gilvaldo Quinzeiro A vitória esmagadora de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, mais do que um recado ao mundo, é a prova de que os “nós civilizatórios” se desataram por completo. Por outro lado, representa a frustração em carne e osso de uma grande maioria da população que prefere um “sabugo” a qualquer coisa que seja “o mais do mesmo”. Esse é um problema, que não se restringe aos Estados Unidos, mas é global. Em outras palavras, falhamos! E falhamos no momento em que não deveríamos falhar. O mundo hoje se tornou um frágil guarda-chuva diante de uma avalanche de problemas que a política sequer desenhou uma resposta. Estamos à beira de uma guerra em escala global, mas este não é o único problema: os eventos climáticos, consequência direta da nossa irresponsabilidade, são bombas com efeitos cada vez mais devastadores!  O dito aqui explica por exemplo, porque os negros e imigrantes votaram em Trump, em que pese a sua ameaça a estes setores da sociedade norte-americana? ...

O “peixe” das tempestades

Por Gilvaldo Quinzeiro No deserto do Saara, mais especificamente em Marrocos, as tempestades atípicas, que ocorreram em setembro deste ano, formaram assustadores lagos para os padrões da região. Estradas danificadas. Olhos secos de verem o improvável? Enquanto isso, por aqui, os rios do Amazonas secam, esturricam o peixe e a vida da comunidade ribeirinha! Os barcos encalham. A vida segue a passos de tartarugas. A tartaruga, não tem como e nem onde nadar... Este é o peixe e o preço das alterações climáticas. Os olhos grandes do nosso desenvolvimento faminto e tóxico. Que assim seja? Ontem, por volta das 21h30, no horário de Brasília, o furacão Milton tocou o solo da Flórida, Estados Unidos, com ventos de mais de 200 quilômetros por hora. Mais de 3 milhões de pessoas estão sem energia elétrica. 90 alertas de tornados. Há registros de mortos. Os prejuízos ainda não foram calculados.  Há uma semana, essa mesma região enfrentou o furacão Helene, que deixou 200 mortos. Onde e quando será...

Sem a bússola da temperança, disparamos todos os gatilhos da nossa extinção

Por Gilvaldo Quinzeiro Há muito tempo atravessamos a tão temida “linha vermelha”, seja em relação ao clima, da qual não há mais retorno; seja em relação ao ponto estabelecido, por exemplo, por Vladimir Putin, no conflito entre a Ucrânia.  De segunda para terça-feira, desta semana, os sismógrafos russos registraram tremores de terra, dado a uma explosão a  um depósito de arma militar russa provocado por um ataque ucraniano –, quando será a resposta dos russos, e com qual escala? Os ataques cibernéticos de Israel aos libaneses ocorridos na terça e quarta-feira, respectivamente, provaram entre outras coisas que, por estarmos também “conectados”, corremos os mesmos riscos de termos os olhos e mãos arrancadas simultaneamente no ato rotineiro de ler ou compartilhar uma mensagem por quaisquer que sejam os aplicativos, estando nós numa ilha remota um num grande centro urbano; estando nós num estádio de futebol ou numa Ceia de Natal! As trincheiras das novas guerras forjadas pelas suas...

Um banho de consciência?

 Por Gilvaldo Quinzeiro Se de fato não conseguimos banhar duas vezes no mesmo rio, conforme dissera Heráclito, a experiencia do viver, de se ter consciência sobre “as águas da vida”, não nos pode ocorrer de outra forma, senão em sendo peixe. Mas ser peixe apenas uma vez na vida, é pouco, é como efetuar um mergulho no rio, que só se constitui rio no seu vir a ser. Em outras palavras, a experiencia da tomada de consciência numa realidade complexa e não fixa, exige um acumulo e a somatória de experiencias de outras vidas, incluindo aquelas em que tivemos apenas na condição de “lama”? A experiencia de uma vida só, não nos tiraria da mera condição de bebês! Sigmund Freud, em experiência clínica com seus pacientes, descobriu o quanto estes não se davam conta da razão das suas queixas, posto que, seus motivos residiam na profundeza do inconsciente. E que a técnica psicanalítica consiste, de um certo modo, em trazer esta existência inconsciente para a consciência – tarefa absurdamente difí...

Atenção! Todos precisamos prestar muita atenção!

Por Gilvaldo Quinzeiro O mundo, para dá “certo”, precisa de uma coisa cada vez mais rara em nosso tempo: da nossa atenção! Isso vale para os pastores, padres, pais, políticos, professores, produtores de conteúdos, profissionais do marketing, escritores, artistas, etc.  Sem atenção nada funciona: nem o semáforo ou os alertas meteorológicos! Atrair atenção, é algo caro! Exige manejo de técnica apurada. Ter atenção significa conquista, liderança, fortuna! Ocorre, entretanto, que à medida que nos tornamos imersos neste sedutor oceano de apelo midiático, onde a nossa atenção é isca e peixe ao mesmo tempo, perdemos o foco; nos cansamos, nos adoecemos – nos viciamos apenas! A falta de atenção é um problema de grandes impactos, inclusive financeiros! Os artistas sedentos por plateia começam a se queixar.  Parece que estes, os artistas, com exceção de Roberto Carlos, vêm sofrendo com a falta de público em seus shows.  Shows de grandes artistas têm sidos cancelados por falta de com...

O diabo da nossa subjetividade é o avesso da realidade

Por Gilvaldo Quinzeiro Para compreendermos gravidade das guerras de narrativas como ponto de “costura” daquilo ousamos chamar de “realidade” ou “normalidade”, isto é, daquilo que podemos aceitá-lo, adjava-lo, subjetivá-lo ou subvertê-lo, é, tal qual a condição daquele Rei descrito no conto de Hans Cristian Andersen, que, não obstante, a sua completa nudez, imaginava-se estar luxuosamente vestido. Em outras palavras, estamos inseridos numa ordem de coisas cujos tecidos ou cuja costuras estão se rompendo. De sorte que o Rei/Realidade será por forças dessas circunstâncias Destronado? A questão central do nosso tempo é:  o que fazer com os falsos tecidos com os quais nos sentíamos vestidos? Ou o que fazer com os olhos que não mais contemplam a roupa do Rei? Ou ainda como esconder a nudez diante daquilo que sempre foi obvio? “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará “(João 8:32). Coincidência ou não, essa citação bíblica se tornou uma espécie de refrão na boca e nas línguas de to...

A morte, uma bailarina despida de traços A morte, uma bailarina despida de traços libidinosos?

Por Gilvaldo Quinzeiro Daquilo de que não se morre, também não nos faz falta! A vida é um prato cheio daquilo pelo qual devemos morrer. Paradoxalmente, não há como se ter noção da vida ou daquilo que imensamente nos fará falta senão pela boca! Sim, somos peixes fascinados pela vida! De sorte que não há como não ser atraídos pelas iscas! Não há como não se rasgar a própria boca no choque com a realidade! O que o dito acima quer nos dizer? Primeiro.  Aquilo no qual não nos serve para o investimento libidinal, é da ordem daquilo que também não se antropomorfiza, não se faz de espelho. Segundo.  Morre-se antes mesmo daquilo que convencionalmente se chama de morte. Morrermos de “pés juntos” quando não ousamos nos mover pela falta! Uma criança que, por birra, empurra o prato de comida mesmo estando com fome, está sob o efeito da funcionalidade da morte! Um jovem casal que, mesmo prenhe de desejo pelo outro, muda repentinamente de assunto perdendo de vista a “cena” que por si mesma s...

As tensões no Oriente Médio e o pão nosso de cada dia

Por Gilvaldo Quinzeiro   Se os dinossauros desapareceram por um brutal e improvável asteroide, imagine nós com milhares de armas de extermínio em massa apontadas para as nossas cabeças! Pois é, de ontem pra cá, com o assassinato do líder do Hamas, Ismail Hanieyeh, no Irã, o mundo entrou em compasso de espera: e agora o que pode acontecer? O líder supremo do Irã, Ali Khamonei, fez uma declaração contundente: é dever do Irã vingar a morte de Hanieyeh!  A questão agora é quando e em que nível será essa vingança! Estamos sim diante da possibilidade de uma escalada sem precedente do conflito do Oriente Médio. Não bastasse o perigo bélico em si, é por ali onde é escoado grande parte da produção mundial, incluindo a produção de petróleo! A morte de Ismail Hanieyeh não foi só uma agressão a soberania de um país, foi uma humilhação a inteligência e a defesa iraniana que não conseguiu proteger um hóspede, que foi convidado para a posse de Massoud Pezeshkian ao cargo de presidente do Irã...

O real em nossa carne ou o imaginário que nos aprisiona?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Senhores bonecos das vitrines, risos de muita gente que tem a necessidade se achar bonito, o mundo atual nos exige mais do que estarmos em carne viva. É preciso com urgência se reinventar do que são feitos os espinhos, as flores e o tamanho da lança a traspassar o peito de um homem já crucificado! Sim, de um certo modo ainda estamos sentados na polêmica da paródia da “santa ceia” ocorrido na Abertura dos Jogos Olímpicos em Paris!  De lá para cá ninguém foi capaz de pintar outra coisa!  Mas a questão central é outra: a falta de discernimento! Esperar que o mundo de hoje com seus homens apanhando dos seus destinos, uma outra Venezuela ou uma Faixa de Gaza pacificada, isso para não falar da crise de liderança dos Estados Unidos, é não sair da esfera do imaginário; é não conseguir juntar as pontas dos três nós lacaniano, “o real, o simbólico e o imaginário”. Ou seja, é um “escorregar na maionese” sem fim! Pois bem, eu tenho identificado e chamado este...

Abertura dos Jogos Olímpicos em Paris que banho!

Por Gilvaldo Quinzeiro Em que pese tudo o que já foi dito a respeito da Abertura Oficial do Jogos Olímpicos em sua 33ª edição, ocorrido na última sexta-feira, 26, em Paris, uma coisa é indiscutível,  foi um banho! Ora, se houve crítica doentia ao uniforme da delegação brasileira que estampava em fino bordado potiguar, a nossa fauna e flora na jaqueta dos nossos atletas, imagine para a decapitação de Maria Antonieta! Sim, os jogos olímpicos ocorrem no momento em que não só a nossa carne está sendo abocanhada pela crítica fundamentalista, a nossa alma também!  De sorte que “mergulhar” os olhos sujos do mundo nas águas do rio Sena, não deixa de ter sido uma espécie também de lavagem espiritual! Ao menos neste quesito, parabéns aos organizadores daquela abertura!  Mas, não foram só os olhos do mundo e dos atletas que tomaram um “banho” nas águas do rio Sena, as obras de artes também – aquilo ali foi uma espécie de “nascimento de Vênus”. Aliás, o tema amor fez parte da abertur...

A propósito do discurso do Primeiro Ministro de Israel. Atire a primeira pedra quem não se civilizou sugando o sangue dos bárbaros!

Por Gilvaldo Quinzeiro   O diabo sabe por quem é forte! A civilização nunca mataria se todos fossem civilizados? Ora, quando os gregos e os persas travaram guerra há milhares de anos, o que estava em disputa era ou a “civilização” ou a “barbárie”. No final, pilhas de corpos de homens e cavalos de ambos os lados – nunca se matou tanto para que tão poucos desfrutassem os espólios da guerra. Quem venceu?   Mais tarde, os gregos, na chamada guerra do Peloponeso, partiam uns para cima dos outros, o que morreu ali? Nos séculos XV, XVI, XVII, a matança dos povos ameríndios pelos europeus, incluindo os astecas e os incas, foi feito por homens eloquentemente “cristãos” e “civilizados”! Quem salvou quem?   Hoje, o que há de diferente no discurso proferido pelo Primeiro ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, ontem, quarta-feira, 24, no Congresso dos Estados Unidos? Sejam quais forem as respostas a essa e a outras perguntas, se estas não pouparem que nossas carnes seja...

As massas, os seus líderes delirantes e os currais virtuais

  Por Gilvaldo Quinzeiro Ao contrário   das tribos, que identificavam cada pegada como se fosse um “código de barra”, as massas, hoje, não deixam pegada alguma, não porque lhes faltam os pés, mas a cabeça! O dito aqui é para chamar atenção para uma sociedade, que se diz imersa, mas o que se constata, entretanto, é mesmo a falta de discernimento – trempe para o fogo totalitário assoprado por seus líderes delirantes! As massas em delírio por força da influência doentia dos seus líderes, em especial, os religiosos, caminham cegamente para um mundo cercado por abismos; abismos delirantemente erguidos.  De modo que, o resultado, não poderia ser outro, isto é, a insegurança e o medo das massas que, para serem poupadas do sacrifício se jogam já em carne viva em mãos duvidosas! Mas, e quanto a Ciência? A Razão? Ora, se no passado, a luta foi travada para se exterminar a vitalidade das tribos, hoje, a batalha não é só para desacreditar a Ciência, mas sobretudo se apoderar das...

O apagão cibernético: um sinal de que estamos todos navegando para um novo Titanic?

Por Gilvaldo Quinzeiro Coincidência ou não, mas se alguém me perguntasse onde eu estava   ou   no que eu me encontrava imerso no exato momento quando ocorreu o apagão cibernético, de ontem, sexta-feira, 19 de julho, e que levou milhões de pessoas em várias partes do mundo a se sentirem no mato sem cachorro, a minha resposta seria: eu estou exatamente onde não se pode prescindir dos cães, imerso nos primeiros sopros dos “ventos da pororoca”. Aliás, um possível tema do meu primeiro documentário! Ora, como já disse a alguns amigos, a minha atual fonte e interesse de estudo, não se encontra nos acervos das universidades, mas nas quase extintas tradições orais presentes nas memórias e costumes dos “caboclos”, como costumo chamar.  Faço isso não por saudosismo, mas por uma questão mesmo de sobrevivência! Aliás, por que o termo sobrevivência nos soa hoje como algo remoto, quando as condições atuais nos tornam todos náufragos? Saber, por exemplo, como se usa pilão, quan...

A violência não só tem orelha. Usa-se também o nome de Deus!

Por Gilvaldo Quinzeiro Usar o nome de Deus como um “tampão” às nossas faltas, é continuar sem sermos nós mesmos. E, como consequência direta disso, como se não bastasse, significa também rebaixar os céus às pantanosas moradias dos sapos! Aliás, nestes tempos de verdade em calças curtas, nunca os sapos foram tão bem recebidos com seus ternos e gravatas nas festas dos céus! Ora, colocar Deus entre “a bala do atirador e a orelha de Trump”, é negar a trajetória sangrenta da história de um país, que já matou 4 presidentes em exercício; 1 candidato a presidente em plena campanha eleitoral e 8 presidentes que sofreram atentados. Isso sem falar numa guerra civil, que matou milhões, porque um dos lados era contra a libertação dos escravos! Os escravos, diga-se de passagem, vitima de toda forma de violência! Pasme, tudo isso e outras coisas mais, feitas por mãos de quem acredita estar segura na de Deus! Isso sim é medir as coisas  e escrever em linhas tortas! Por falar em medida, Protágoras,...

As águas, os espelhos e as identificações. Uma reflexão para além do atentado a Donald Trump

Por Gilvaldo Quinzeiro Em que pese as inúmeras teses   a respeito das causas que levaram   Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, a mirar e atirar contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e candidato às eleições presidenciais, no último sábado, 13, na Pensilvânia, não serão suficientes para identificarmos o espelho de agora. Aliás, as águas nas quais o mundo se afoga, nem Narciso se acharia bonito, isto é, a feiura mesmo entre aqueles que se acham os protagonistas de todas as cenas do mundo – é reinante! Em outras palavras, como já venho falando, os Estados Unidos caminham para uma possível cisão das suas águas; isto sim tem face e nome, uma guerra civil. O dito aqui, entretanto, não se restringe aos Estados Unidos, mas uma parte da Europa, como França. E com o Brasil, também, diga-se de passagem. Sim, o espelho de agora é perturbador! Um jovem rejeitado no clube de tiro, tímido, vítima de bullying na escola, premiado em matemática e filiado ao Partido Re...

Por que assim falam os tempos em escassez de profetas e generais?

Por Gilvaldo Quinzeiro Eu fico a imaginar a bravura e a dor do general cartaginês Anibal, quando este perdeu um olho numa das batalhas contra o exército romano! E no mesmo esforço de imaginação, vejo Napoleão Bonaparte a emprenhar de coragem seus soldados em marcha rumo ao solo traiçoeiro da Rússia... Hoje por pouca coisa, os nossos generais perdem os dedos, para preservar os anéis! Pasmem, a guerra ao menos por aqui, com emprego de canhões e misseis, ainda nem começou – estamos sendo estraçalhados apenas por guerras de narrativas! Ora, vivemos os tempos erguidos sobre outras trempes. Aquelas nas quais, mesmo não se “podendo com a rudia”, se quer levantar o pote”. Este é o tempo que se satisfaz apenas   com o cuspe das nossas falas. Isso basta para nos sentirmos grávidos. Parir, que dói, e, dependendo das horas, pode ocorrer no escuro – isso é pouco provável que teremos mãos e corpos hábeis para a execução do parto.  Martin Heidegger (1889-1976), em sua   obra S...

A disputa pela Casa Branca e a passagem do tempo para todos nós: o princípio da realidade!

Por Gilvaldo Quinzeiro Biden tem “razão” quando insiste em manter sua candidatura a presidente dos  Estados Unidos a despeito de uma avalanche de opinião contrária. Ele só erra,  quando desconhece a marca do tempo. O tempo é como um rio, isto é,  banhamos nele apenas uma vez. Nós também somos assim: mesmo quando  insistimos em nos repetir, nos afogamos! Por isso, somos todos ridículos! Sim, os Estados Unidos da América têm dois candidatos a presidentes  ridículos. Isso é o resultado da “safra de homens” que aquela nação pôde  produzir nos últimos tempos! Dito com outras palavras, o rio do tempo não só pega os homens de calça  curta, como despidos de discernimentos! A falta de discernimento consiste,  entre outras coisas, em querer repetir a mesma corrida sem a noção de que lhe  faltam as pernas.  O dito aqui pode até soar como preconceito, mas não. Isso é choque de  realidade! Freud chama de “princípio de realidade”. Já aquele que s...

O mundo. Seus novos moinhos. E o parto das subjetividades

Por Gilvaldo Quinzeiro  O maior perigo do mundo agora em gestação ,diga-se de passagem , gestado por mãos duplamente espinhosas, não é o perigo em si de lutar pelo espaço e pelo pão . Este tipo de perigo sempre existiu desde os tempos das cavernas. Nada disso foi significativamente alterado. A questão é:  em que terras se enterra o seu “umbigo”. Ou ainda com  que tecido gelatinoso nos servirá na construção do seu “umbigo”. Ora, é exatamente na construção deste “umbigo” que reside o maior de todos os perigos. Isso aqui é o parto de realidade, o chão nosso de cada dia. As apressadas eleições para o parlamento francês, que ocorrem hoje, domingo, 30 de junho, no primeiro turno, o segundo, em 7 de julho, são unhas encravadas na garganta de uma  França espinhosa  demais para continuar sendo o berço da “liberdade, igualdade e fraternidade”. O resultado dessas eleições apontará também o sexo dos deuses , bem como a natureza do céu e do inferno. É claro que uma dessas po...

MANIFESTO AOS BRUTOS

As eleições deles e as nossas em tempo de escassez de homens  Por Gilvaldo Quinzeiro  Diante dos tempos escorregadios e de “seca” de líderes. Veja os temas do  debate dos dois candidatos à presidência da maior potência do mundo, Biden e Trump !  Enquanto o mundo caminha a passos largos para se aniquilar na terceira guerra mundial. Isso sem esquecer a tentativa de golpe na Bolívia. Diante de tudo isso, entendendo a gravidade do momento pelo qual passamos, segue alguns pontos que, a meu ver, são importantes para as reflexões acerca das nossas eleições, as municipais.  Primeiro. Essa eleição será decisiva para o desenho do quadro político municipal, estadual, nacional, e, numa perspectiva mais ampla, internacional. Segundo. Neste sentido, mais do que votar pensando nas questões locais, precisamos alinhar a nossa decisão ao processo civilizatório. Terceiro. A humanidade está com a sua sobrevivência em risco. As catástrofes climáticas não são mais um cenário distante...

Os “novos dilúvios” e os caracteres conceituais !

  Por Gilvaldo Quinzeiro  Aos que possuem pele, suas linhas, suas digitais e suas zonas de confortos. Aos que possuem só a escrita, o medo de mal  interpretá-la sob ameaça de novos dilúvios! O problema das escritas, em especial, as sagradas, é quando, por forças das águas, que regem o tempo, suas interpretações carecerem se não de novos caracteres, mas de um ajuste de interpretação das suas narrativas – um dilúvio para cada tempo em que durar as suas verdades! Ora, os próprios deuses, fontes das escritas sagradas, mudam de vez em quando de nomes em conformidades aos novos lugares e tempos que os reverenciam! Por exemplo, Zeus, para os gregos, Jupiter para os romanos. Nos tempos mais remotos, “copiar” os deuses alheios poderia até  ter sido uma solução inovadora em tempo de crises. Mas não, certamente, para o império romano quando se converteu ao cristianismo. O cristianismo venceu! Mas o mesmo não se pode afirmar a respeito do império romano. Pois bem, sem entrar no ...

UM PEIXE OU UMA ÁGUA CHAMADA FILOSOFIA? QUEM PESCOU QUEM?

Por Gilvaldo Quinzeiro O hilozoismo ( do grego hyle, “ matéria ” ; e zoe, “ vida ” ) é uma doutrina filosófica , entre seus defensores Tales de Mileto, que postula que toda matéria possui vida, mesmo a inanimada. Tal pensamento é refutado pela ciência moderna. Mas quem segue o caminho das águas, há de se ancorar nesses portos, assim como Mileto e tantos outros tiveram que ir ao Egito beber das águas do misterioso Nilo! Ora, isso nos faz voltar ao espírito que se movia sobre a face das Águas lá no início da Criação, para, depois, seguirmos a nossa linha de raciocino, que é o da primazia das águas! O próprio pensar filosófico como o conhecemos hoje, nasce com Tales de Mileto, quando este buscava o “ arché ” , o princípio primordial de todas as coisas. E o que era este princípio primordial para Tales de Mileto senão a Água! Portanto, Tales de Mileto se não foi ele próprio, um “ peixe ” , isto é, um bicho das Águas, mas sem dúvida fora um pescador – um pescador não de peixe, aqu...

Uma breve introdução aos mistérios das coisas das águas

Por Gilvaldo Quinzeiro   “ No  princípio ,  Deus   criou  os  céus  e a  terra . E a terra era sem  forma  e vazia; e  havia  trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”.   Como assim? Antes só havia duas faces, a do abismo e das águas? E na face das águas era onde o “Espírito de Deus” se movia? O que entender pela “face das águas”? O que entender pelo “Espirito de Deus” se movia? O que vai dar “visibilidade” a face do abismo?   Que banho de reflexão isso nos provoca, não? Que assim seja!   O texto acima é um mergulho nas profundezas das águas; das águas presentes também em nossa criação. Com ele, o texto, pretendemos fazer uma introdução ao que ousamos chamar de os mistérios   das coisas das águas. É claro, entendemos o risco de nos afogar! - Mas o que não consiste em afogamento? Vale apenas correr todos os riscos para, nas águas agitadas nas quai...