O sol, os cometas e a nossa vara de pescar
Por Gilvaldo Quinzeiro
À luz do sol que abre este dia, que todas as imbiras
com as quais amarramos o pensar, sejam como o mar, isto é, soltas por um lado,
e por outro, atadas em si mesma!
O dito acima, nos faz vir a imagem do pescador,
quando este nem se dá conta do quanto já foi fisgado pelo mar à caminho do
peixe. Quisera ser o contrário, porém, o pensar, se não de molho, como as
imbiras, se dispersa como o anzol – e quando retorna, traz preso por outras
linhas a nossa própria boca!
E tudo isso se passa, tendo o sol lá no alto,
seguindo seu caminho. Este é sem dúvida, também um pescador – só que de cometas
– a isca que também é feito de água!
Ora, o universo é complexo demais para se amarrar
com nossas imbiras. Vãs tentativas, as nossas que, quando muito se consegue é
nos amarrar a nossa própria vara, tal como a linha, ao anzol!
Grande coisa? Sim, principalmente quando podemos ser
também a própria isca!
Portanto, para o nosso efêmero conforto, de alguma
forma somos também como os cometas, ou seja, uma vida que dura, até nos
aproximar do sol! ...
Oba?
Contudo, em seguida, vem o desconforto – estamos
indo muito rápido, assim como os cometas -, ao espatifamento!
Mas... e quanto a água?
No seco, peixe!
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