Dali ou pra cá: uma reflexão sobre o tempo da arte! Da arte de se manter a própria face?


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

De repente, o tempo é como a pintura de Salvador Dali – se espraia como tinta numa tela qualquer, e as horas que se passam, tomam a forma de uma simples “asa” de uma xícara com café...

Assim também é a nossa face – nunca a temos definitivamente – e a que perdemos só nos deixa os olhos.

Não poderia ser só a boca?

Já pensou na imagem esculpida pela fumaça que emerge de uma xícara de café? Este é o tempo de duração da nossa face!

Salvador Dali, tal como Freud, pintou de volta as nossas faces fundas lá do fundo do poço. Lá onde só somos vísceras!

Uma pena, não terem sido do mesmo tempo que Da Vinci! Ai o que teria sido da face de Mona Lisa?

O tempo é a sua arte ou a arte o seu tempo? E pensar que nenhuma maquiagem recupera face alguma!

Eis a questão: o que dói não é a face perdida, mas certamente a que ainda vamos ter que encontrar pela frente! É pra esta, pois, a nossa mais absoluta verdade: se nós não a sorrirmos, com certeza, dela nos assombraremos!

Talvez por isso, Dali pintou a sua com aqueles enormes fios de bigodes. Cá entre nós, Dali se sentindo a própria Mona Lisa?

Que tal agora uma xícara de café!

Aceita?

 

 

 

 

 

 

 

 

  

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