Que falta faz um olhar, quando os olhos estão presos em outras coisas: Já pensou no olhar de Cristo para Lázaro?

Por Gilvaldo Quinzeiro
 
Morrer não é nada: morrermos todos os dias quando, aos nossos olhos, a vida passa lentamente, e nós, apressados acumulando todos os lixos. O difícil, porém, é renascer quando, aos olhos famintos do outro, estamos mortos. Aliás, não há como se sair ileso a travessia do olhar do outro, nem Lázaro, quando abriu os seus a Jesus, foi o mesmo –, mas este (Jesus) o que afinal fez, diante do que os nossos jamais abririam?
A vida é feita de estações.  Mas o homem, só reconhece uma – a primavera! Isso não significa dizer, entretanto, que sua vida seja somente de flores ou que este saiba ao menos rega-las – mas, apenas por não saber lidar com as outras, sobretudo aquela em que se precisa mais da mão do outro. É aqui, pois, que nos damos conta de que temos “espinhos”.
Que espinhos, não?
 
Mas voltando, ao olhar de Jesus a Lázaro. Hoje, se dependêssemos de fato, dos olhos do outro estaríamos todos podres. Já pensou, se fosse este o tempo de Lázaro?
Que olhar, dispensa o brilho de outro, como resposta?
Viver exige um olhar profundo e diferente sobre aquilo que já nos decompõe.  Morrer não exige que tenhamos olhos algum, senão para aqueles que já morrermos.
 
Portanto, um bom domingo para se verificar com quem deixamos os olhos!
Bom olhar!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A roda grande passando pela pequena

Os xukurú, e a roda grande por dentro da pequena...

Medicina cabocla