Como Michelangelo se fez homem na pinta de Adão!
Por Gilvaldo Quinzeiro
O homem não é tão somente aquele que atira a flecha,
mas, sobretudo aquele que se lança com ela, quando o alvo atingido, era aquele
que instante antes, poderia também estraçalhar a sua imagem!
Que homem foi Michelangelo Buonarroti, senão aquele que
também permanece colado ao teto da Capela Sistina – o alvo que se não atingido
em cheio, teria estraçalhado a sua imagem?
Mas
Michelangelo foi muito mais do que um homem, quando arguiu junto ao Papa Julho
II, quanto ao “nu e ao grego da sua pintura” -, foi Deus!
Que blasfêmia, não?
Já pensou Michelangelo
Buonarroti convencendo o Papa Julho II que não? Como negar que em tais
argumentos não lhe veio a inspiração divina?
Pois, eis a diferença entre Michelangelo e os homens
de seu tempo, os quais lutavam a vida toda apenas para provar que possuíam fé
aos outros homens que nem sequer provaram a si do seu corpo!
E quanto a nós hoje, cidadãos do mundo globalizado
pela ganância de “ter” mais –, o que afinal fazemos dos corpos com a mesma fé que
ergue templos suntuosos, e, homem, nenhum?
Buonarroti, dizem alguns, “levantou até o papa no
seu leito de morte”! A morte, hoje, não é aquilo que nos pinta cavaleiros
trepados nas motos?
Ôxente, e quanto a pinta de Adão?
- Pequena, não?
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