E a familia como vai? - Qual?


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

Quando a gente se transforma em “urubu” – caminho para o qual marcha grande parte dos homens, não é que a carniça se tornará tão fácil assim – mas agindo como se fora “homem”, a gente tenderá a escolher o pedaço melhor!  E assim, como todos os urubus, diferente dos homens, têm asas, ganhar o “céu”, isso sim será mais fácil – mas não para os homens!

Que coisa, não?

Pois é, o texto acima é uma introdução ao que vou tentar dizer abaixo, a saber, da família. Ora, que assunto seria mais oportuno para se falar nestes dias em que as “luzes do Natal” ainda permanecem acesas?

Mas antes quero voltar a lembrar da nosso possível e quase inevitável condição de “urubu”. A família é claro, como diz nos clássicos conceitos, “é o pilar de sustentação da sociedade”, isso é fato.  A questão, porém, é que este “pilar” é também semente, e o solo em que a família está plantada é o mesmo em que os urubus se sustentam. De sorte que, na falta de “espelho” voar pode ser a única condição de não nos sentirmos tão lá embaixo, ainda que, para isso tenhamos que imitar os urubus!

Eis a questão!

Imaginar que todos os presos do presídio de Pedrinhas que tiveram suas cabeças decepadas tinham famílias, assim também como aqueles que preservaram as suas, se livrando daquelas, já rolando no chão – significa no mínimo que em ambos casos poderia ser um de nós! – por que não?

A questão portanto, a ser colocada é a seguinte:  a qual família pertencemos? Ora, responder que pertencemos a família humana é afirmar por conseguinte que estamos correndo sérios riscos. Ou seja, estamos à mercê de tudo aquilo que faz da família hoje, um “ninho” para todo bicho, entre estes, o urubu!

Dizer que isso é culpa do sistema é fato, não há como negar – está na cara! Entretanto, a questão se torna bem mais complexa, quando se adentra não ao interior do sistema – mas do indivíduo! É aqui dentro onde tudo se afoga, inclusive este texto!

Ufa!

Antes de concluir, porém, quero só lembrar outra coisa: o espelho pelo qual nos vemos sempre, nunca é o nosso, mas os dos outros! É aqui onde pescador e peixe é a mesma coisa e, no fechar dos olhos -, aquele que também pesca os dois!

Oxente!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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