Diferente dos Novos Baianos que nunca envelheceram, o que é ser jovem hoje com “tudo na boca”?


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

Quero iniciar este texto fazendo uma provocação: os velhos de agora continuam todos jovens pelo tempo que fizeram, já os jovens de hoje sem tempo nem para comer, fazem tudo sem mão alguma – sinal que logo, logo, também lhes faltarão os pés!

Isso já não seria ser tão velho?

Pois, bem, este texto foi inspirado numa entrevista que acabo de ouvir de um dos integrantes dos Novos Baianos, Paulinho Boca de Cantor, concedida ao Paulo Moska.

Os Novos Baianos foi um conjunto musical que deu muito o que falar, sobre as suas letras, performances e filosofia nos pesados anos 70. Tudo em nome do aventurar-se como é próprio do ser juvenil.

Morais Moreira, Pepeu Gomes, Baby Consuelo, Paulinho Boca de Cantor, Dadi, Luiz Galvão entre outros, formavam não só um conjunto musical, tal como era chamado, mas para além disso, foram também portadores de um modo de pensar. Logo pensar que era a coisa mais perigosa daqueles tempos! Daí se conclui a importância daqueles jovens, naquele contexto onde o silêncio era imposto ao som de balas de fuzis.

Mas voltando, aos jovens de hoje vou inverter aqui a ordem dos fatores – o que já não é ser tão velho, quando ser jovem é um sentar-se longo de frente pro mundo que é apenas virtual?

Até a música já vem pronta como receita médica, mal escrita, mas aceita qualquer que seja esta, de sorte que não lhes deixa nem outra alternativa, senão aquela como a do sucesso do momento (salvo, engano), “sentar no pau”.

Porra! Já tivemos uma “geração Coca-Cola”, embora não sabemos o que era.  Mas o que dizer da “geração mala”?

Portanto, a próxima geração, se a atual frutificar bem, será a do “Pinguelo Aceso”?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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