O ego das redes sociais, quando tudo se incha até “bombar”, o que nos sobra nesta fome de imagem?


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

A velocidade com que as coisas acontecem e se transformam, sobretudo, no que se diz respeito, ao âmbito midiático, as palavras cedem lugar ao apelo das imagens. É neste contexto, por exemplo, que reinam as “mulheres frutas” ou aquilo que “bomba”, para ser mais enfático. E aquilo que “bomba” é como um tiro, isto é, pode atingir qualquer cabeça ou qualquer coisa – é uma espécie de bala perdida no meio de uma multidão em pânico!

Chegamos, portanto, a “despalavra”. Isto é, ao não alcance das palavras, logo, ao mundo da não significação. De sorte que, somos remetidos de volta às cavernas!  É aqui na “caverna” onde as coisas, só ganham sentidos, quando “esfoladas”. Daí que nestas condições, o ego, só é ego, quando inchado!

O “inchamento do ego”.  Tudo tem que ser compartilhado, ao mesmo tempo em que ninguém tem noção da sua interioridade – tudo é o lá o fora – a exterioridade. Neste sentido, o choro ou riso ganha ao mesmo tempo todas as caras, como se todas as caras, fossem a nossa.

Mas, afinal quem sentirá a minha dor – a minha dor que jamais poderá ser compartilhada, porque esta é da ordem do inefável(?)!

Mas voltando as “mulheres frutas” – comê-las só com os olhos, posto que, são da ordem daquilo que não se pode comer sozinho!

 Ora, isso por um lado, gera uma fome; e por outro, um fastio. A rigor ninguém está comendo ninguém, e nem poderia comer, se se a nossa fome é apenas por imagem!

Talvez, entretanto, o nosso maior conforto consista hoje no seguinte:  em termos voltado ao útero antropológico, ou seja, às cavernas!

Portanto, na falta de palavras, mãos à obra!

Bom domingo a todos!

 

 

 

 

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A roda grande passando pela pequena

Os xukurú, e a roda grande por dentro da pequena...

Medicina cabocla