A violência no trânsito, passagem para a morte: um rápido diálogo sobre o mal-estar civilizatório!


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

A violência no trânsito, como a que vem ocorrendo em todas as cidades e estradas do Brasil, e Caxias, no último final de semana, superou algumas destas estatísticas, é um problema de ordem civilizatória, isto é, educacional, para usar um termo mais pedagógico.  E assim sendo, é de uma ordem maior e complexa.

Em outras palavras, a violência nos trânsito é “a mão no fogo”, quando só então se descobre que o fogo queima. Ora, muitos desses nossos jovens sustentam a tese suicida de que podem fazer de tudo, e que, ainda assim, nada lhes acontecerão!

Pois bem, sendo este um problema de ordem civilizatória, como acabo de suscitar, isso implica dizer, por outro lado, que o que prepondera nestes dias de “carne e sangue” no asfalto, é a barbárie.

E a palavra - chave seria: “limite”!

Ora, falar de limites no trânsito é repensar a ordem das coisas, tais como estas se encontram. Por exemplo, a fome de lucro das fábricas e revendedoras de automóveis, e de modo especial, de motocicletas que, jamais se submeteriam a uma dieta, senão aquela que lhes levam ao empanturramento! Ou seja, enquanto estes meninos tiverem fome de moto, e acreditarem que são de ferro, tal como suas máquinas – seus lucros estarão assegurados!

Claro que nesta discussão não está isenta a família. Aliás, o desmantelamento desta não é o que sustenta todo o consumismo, exibicionismo e todos “os ismos” viciantes?

A propósito, falar de família e mais precisamente no seu desmantelamento é falar por conseguinte, do homem despedaçado. E a violência, por sua vez, um sinal de que precisamos testar no que ainda somos inteiros!

E quanto aos outros tipos de violência?

Ora, a violência só tem uma face, seja ela no trânsito; na esquina; no bar; ou a doméstica -,    a que ganhamos quando perdemos a do Pai!

Como assim?

Não é preciso retornar a Freud para falar de civilização, sem mencionar a figura paterna como o introdutor da lei, dos limites e da ordem – Lacan e outros também deram sua contribuição para este  amarradio.

Portanto, ser homem é uma condição, a despeito de ser bicho. E todo bicho é visceral, logo, perder a cabeça, por que então controlar os esfíncteres?

Em outras palavras, pra quê freios?

 

 

 

 

 

  

 

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