A cidade, o cão e o homem: no final quem enfim enterrará o outro?
Por Gilvaldo Quinzeiro
As cidades, no passado se dizia, “os seus ares fazem
bem ao homem”! E pra lá se dirigiram o homem e seu cão. Dois caçadores unidos
pela mesma fome – no tempo em que um ser inimigo do outro – poderia significar
a festança da caça!
Hoje, levar uma “vida de cão” nas grandes e pequenas
cidade é tão “normal” que, de tanto se roer, o osso
acabou ficando mole! E o preço a pagar por isso foi: o homem
perdeu a sua alma, e, vorazmente luta para não ficar completamente esfolado!
Em outras palavras, o homem e o cão se tornaram dois
abandonados pelas cidades! O cão, até certo ponto mais adaptado, já o homem, um
cão sem “amizade” alguma!
Mas atenção para os seguintes sinais: quando os cães
que hoje perambulam pelas ruas, abandonarem a cidade, é porque dos homens já
não se aproveitarão nem mais seus ossos!
Ora, as fogueiras feitas de ônibus, e foram tantas
só neste primeiro mês do ano, são alertas de que nas “selvas” nas quais se
transformam as cidades, gritar já não mais significa nenhum sinal! E quando o
sinal dado é com fogo é porque no mínimo há caldeirão aguardando as cabeças!
E a questão que se coloca agora é, nestas condições
de tantas armadilhas quem terá “o faro e o tato” suficiente para salvar o
outro: o cão ou o homem?
A minha resposta a esta pergunta é: num cenário mais
otimista, o cão guiará o homem! Porém, em outro cenário – o homem, enfim, não
se deixará ser guiado por ninguém - e então a cidade finalmente terá devorado o
cão e o que sobrou do homem!
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