Em tempo de “rolezinho” quem vale mais, o indivíduo ou uma pizza?
Por Gilvaldo Quinzeiro
De repente numa sociedade de massa, é mais fácil ser
uma “pizza” que um “indivíduo”. Ora, isso explicaria por que da nossa face já
não mais precisamos, senão daquela que nos identificaria como pertencendo a
mesma tribo?
Pois bem, para esta mesma sociedade de massa, não há
tribo alguma, senão aquela para a qual uma “pizza” tem mais valor que seus indivíduos.
Isso explicaria a reação dos shopping aos “rolezinhos”?
É aqui onde a equação “pizza” X “individuo” desmascararia
a verdadeira face de uma sociedade de massa. Isso me faz lembrar a história de “João
e Maria” que se perderam na floresta, e quando encontrados por uma bruxa
passaram a ser engordados apenas para serem servidos como refeição.
Que boa acolhida esta, não?
Deste modo, a sociedade de massa se comporta tal e
qual, a bruxa da história de “João e Maria”, ou seja, desenraiza o indivíduo,
fazendo este perder-se no meio do caos urbano, para depois, reintroduzi-lo numa
nova ordem – aquela em que se espera que “o dedo engorde” para em seguida servi-lo
para o mesmo indivíduo – só que agora na condição de uma requintada iguaria!
Isso significa então, ganho ou perda?
Tudo o que foi escrito até aqui foi apena para
chamar atenção ao fenômeno “rolezinho”. Ou seja, um encontro de jovens nos shoppings
marcado pelas redes sociais que, aos milhares vem dando dor de cabeça tanto aos
seguranças, quanto aos lojistas, bem como aos clientes. Os mesmos shoppings que
são feitos para atrair “Joãozinho faminto” para as suas iguarias!
A questão que se colocar é: quem afinal são estes “Joãos”
dos rolezinhos? Será que são como aquele
que aprendeu a mostrar o rabo da lagartixa, ao invés do seu próprio dedo para
enganar a bruxa? Ou são aqueles que apenas se sentem como “pizza”?
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