Orai por quem caros irmãos: pela superlotação dos presídios ou pelas nossas escolas cada vez mais vazias?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Neste tempo onde se reza pela pressa da construção
de mais presídios, e onde os cânticos e orações são feitas ardorosamente sobre
as cabeças de quem já devorou outras, é um sinal de que as portas deste mesmo
tempo e sociedade – nunca tiveram abertas para a educação!
Conclui-se, pois, se hoje padecemos da realidade da superlotação
dos presídios, realidade esta que não é só do Maranhão, é porque existe uma
outra – aquela em que a escola não se fez “aberta” para evitar o que hoje,
abrir mais presídios signifique a garantia de que não se perca mais cabeças!
Sinceramente caro leitor, por aqui não haverá mais
tempo para se aprender, senão o de se contar com quantas cabeças perdidas, se erguem
os muros evitando com isso, a construção de outros só de cabeças!
Se hoje os olhos arregalados do mundo, pedem as nossas
preces, é porque não tivemos pressa nenhuma para nos dá conta que somos
prisioneiros de uma ordem, político, social e econômica para a qual, “quanto
pior, melhor”! Em outras, palavras, só acordamos nas nossas tragédias, e,
tragédias piores virão, quando a realidade de dentro das nossas escolas, se
fazer ouvida apenas pelos gritos dos seus fantasmas!
Ora, afinal como falar agora de educação, se o que
se passa pelas nossas cabeças é o medo avassalador de ficarmos sem?
Portanto, este é o nosso “século XXI” naquilo em que
para nós, tudo é ainda tão novo quanto o foi para o século XIX!
Então que nos venham com pressa todas as preces? Mas
preces por quem caros irmãos – tudo já não se faz tão tardio?
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