A realidade do Maranhão na ótica dos comedores de lagostas, quando o quilo de carne humana é que seca no sol: que linha nos separa da loucura?
Por Gilvaldo Quinzeiro
A realidade não possui nó e nem bordas. O homem,
porém, naquilo em que se rasga, acredita exercer na realidade suas costuras.
Ora, se rasgar naquilo em que ao mesmo tempo se pensa coser – é contraditório!
A grosso modo, na realidade, o homem não passa de carne
triturada, e, nestas condições, o ilusório a sua salvação?
Ver as imagens e notícias de tanta violência, algumas
tão chocantes que nos faz sentir as vísceras expostas, é sentir o quanto nos
faz falta, um nó na barriga! Tais coisas, nos levará talvez, a um outro habitat,
a saber, o de uma “bolha ilusória” – aquela que estará sujeita aos mais tênues
espinhos – e nela, reside a membrana que gestará um novo homem?
Pois bem, o Maranhão com tudo que há de atraso, e o
atraso aqui é considerado um “avanço”, talvez não nascerá nada de “novo” nas
futuras décadas. É que a realidade daqui é tão brutal que a passagem para o ilusório
tem um enderenço certo – a loucura?
A declaração da Governadora Roseana Sarney, dando
conta de que “o Maranhão é rico”, quando da sua justificativa para a onda de violência
que assola o estado, em especial, a que ocorre no presidio de Pedrinhas, é sem
dúvida nenhuma algo que beira a loucura!
Que loucura!
Portanto, nestas condições, em que os olhos do mundo
se fixam em nós, como costurar a realidade com meras palavras, quando a carne
viva é que aflora?
É bem aqui, onde 80 quilos de lagostas e tantos
outros quilos de camarões, farão sim a diferença, quando a realidade do dia a
dia é aquela em que a carne ao sol é a humana!
Que realidade, esta não?
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