Uma balada para os dois últimos rapazes latino-americanos, onde estiverem!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Como o Tom Zé rasgando-se em sua performance que
outros Zés resistem pelo mesmo tom que não grudam nos ouvidos? Falar de
revolução em tempo em que tudo muda de uma hora para hora, sem resistir nem ao
menos o tempo que duraria o seu discurso, é não conseguir ficar de pé nem para
contemplar as suas antigas bandeiras! O Tom Zé não só continua de pé, mas
gozando!
Portanto, o Tom Zé é único ser vivo entre aqueles
que jamais deveriam ter desistido, mesmo quando rasgado! Mas não posso deixar
de mencionar a vida que hoje leva Belchior – o rapaz latino-americano que,
privado de tudo (talvez), resiste sem performance alguma ou será esta a melhor
de todas as suas? Amigo que não perca pelas ruas ou caminhos por onde andas –
aquelas suas “fotografias 3X4”!
O que significa hoje ser um “rapaz latino-americano”,
quando todos os caminhos ficaram de repente tão para trás, e os que ainda estão
para frente quase não nos fazem sonhar?
Ser revolucionário nos dias hoje, é muito mais que
ser panfletário – é não ser nada, quando os outros nada em tudo! É não dizer
nada do que tudo se diz!
E Tom Zé é este discurso que nos falta, inclusive na
música. Já Belchior partiu-se ao meio para se permitir ir ao “inferno”, numa
época é que todos fazem fila para ir ao céu! Trata-se pois, de dois homens de
atitudes, quando, a nossa atitude mais corriqueira é de tudo fugir!
O homem é carne e música. O tempo, porém, é feito
por quem tem as mãos de ferro, e dita tanto “o circo, quanto o pão”. Viver bem nos de hoje pode nos custar a carne
inteira! Alguns preferem empenhar sua alma! ...
Bom domingo!
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