O corpo, a pintura e a assombração: quem criou quem?

Por Gilvaldo Quinzeiro Nos “brocotós” deste sertão, todo menino faz “pintura”, e toda pintura é sinônimo de assombração. E toda sombra é vista como uma pintura, logo, como aquilo com o qual alguém, sobretudo, a criança possa vir se assombrar. “Que pintura é esta menino”? “Menino, não faça arte? Tu ta feito o diacho”? O dito acima é uma introdução a um ensaio a respeito do “ corpo, da pintura e da assombração” e, mais especificamente, daquilo que denominaremos de, “a sombra perseguidora”. Ou seja, vamos falar de algo que nos remete não só ao nosso passado mais remoto, como também a“nossa caverna interior”, isto é, aquilo que de mais assombroso nos escapa! Ao longo deste ensaio, portanto, deste esforço tentador, vamos defender a hipótese de que a arte nos primórdios dos tempos era sinônimo de “assombração” – uma sombra apenas, principalmente no tocante a pintura. Por outro lado, ...