Nós, os avatares desta nossa existência, rogamos a vós!



Por Gilvaldo Quinzeiro

Valéria Lukyanova
 
Vanila Chamu
 
Se se repararmos bem os “aplicativos de beleza” (não sei bem se esta é a expressão), estamos cada vez mais ficando “menos parecidos conosco” – e por consequência perdendo a identidade? – é possível que sim! Eu diria que estamos nos tornando  “avatares”!

Cito como exemplo, o caso da modelo japonesa Vanilla Chamu que se submeteu a 30 procedimentos cirúrgicos para se tornar parecida com uma boneca de porcelana. Já Valeria Lukyanova, uma modelo ucranina de 21 anos, é copia fiel da boneca bárbie, porém, a modelo afirma que jamais fez cirurgia para esta finalidade, apenas usa maquiagem  Há outros casos, porém,  em que a pessoa se submete a cirurgia no intuíto de ficar parecida com celebridades. Nos dias de hoje, isso tem um nome: “fixação por celebridade”!

Veja só, o dito acima não só  têm implicações diversas, como por isso mesmo, exige um estudo multiciplinar! Eu aqui  apenas irei suscitar reflexões, não que isso seja  mais confortável,  mas é que alguém, em certos contextos, tem que se sentir como Arquimedes, isto é, desejar uma “alavanca” para iniciar uma obra impossível!
“Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre Em nosso espírito sofrer pedras e flechas Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja, Ou insurgir-nos contra um mar de provocações E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais.Dizer que rematamos com um sono a angústia E as mil pelejas naturais-herança do homem: Morrer para dormir(...)”
William Shakespeare A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca.
Pois bem,  “ser”, possuir uma identidade, é  existir muito  além da própria carne e da pele – é se colocar à frente de tudo, e “ser o mesmo”  quem te espera lá do outro lado das tempestades, ainda que para se juntar aos pedaços! Isso, não se consegue  ainda que  tendo  uma “existência de ouro”, mas sagrando apenas! É claro que quando  a existência caleja, e nos é impossível não sermos calejados,  dá uma vontade enorme de sermos pelo menos,  uma “boneca de pano”!

Um Bom Domingo para se viver bem por mais curto que seja!


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