Felizes eram aqueles "meninos do buchão"!
Sede todo mundo tem, e diariamente. Mas quem já compartilhou a água da boca da mesma
cabaça, quando o sol é escaldante e a sede
coletiva? É possível que quase ninguém. E nos dias de hoje, então, onde “boca” é
sinônimo de outra coisa, e o que nela se compartilha é sede infinita, o que
temos é a “seca de atitude”.
Pois bem, este texto foi inspirado numa mensagem
enviada por uma amiga, na qual, entre
outras coisas, falava de que as pessoas de hoje com “idade de 50 e 60 anos, pelos padrões de vida
atual, não eram nem sequer para ter sobrevivido,
pois, estas pessoas quando crianças tiveram berços cuja pintura era feita com
substância de chumbo – hoje em dia, um veneno à saúde. Além de, por exemplo,
viverem com os pés e mãos fincados na terra; e quando feridas numa brincadeiras,
estas mesmas crianças faziam o próprio
curativo (sabe lá Deus como!)”. E segue a mensagem fazendo comparações com a infância de hoje...
Enquanto lia a mensagem, eu falava com meus botões. “Eh, e
aquelas crianças que, como eu, e tantas outras,
nunca sequer tiveram um berço! Ah, como eu era feliz”!
Agora mesmo enquanto estou a escrever este texto, me
veio à lembrança de que já presencie crianças felizes, sentadas no chão de
terra batida, a noite, em volta a uma
lamparina.
Meu Deus! O que é afinal a felicidade? Como é possível
hoje se viver com tão pouco? Como agradar aos
nossos filhos quando, um brinquedo comprado pela manhã, a tarde, já se tornou tão velho?
E pensar que eu já brinquei de arrastar “capemba” na
lama; já joguei bola de laranja (sim, aquela “laranja da terra”!); brinquei com
carro feito de lata de sardinha!...
Que saudade!
Ah, eu não tenho vergonha de falar disso! Eu tenho é
pena de tantas crianças nos dias hoje, quase todas obesas de passarem o dia todo sentadas em
frente a uma televisão e seus similares, e não darem um passo sequer no seu quintal!
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