A velhice. De quem é aquela face do outro lado do espelho?

Por Gilvaldo Quinzeiro



A velhice é  um lugar Outro. Só quem o alcança sabe por que não adianta andar com tanta pressa. Chegar aqui é se dar conta de que  finalmente atravessamos o “caminho do espelho” – não há nada do outro lado, senão aquilo que imaginamos um dia ter sido!

Ah! Eu fui isso! Ah!  Eu fui aquilo!

A velhice é onde o “sabugo” em sua condição existencial  já sem o milho, tem que se manter erguido, isto é, na falta daquilo que antes alimentava o espelho, temos que sorrir a despeito da face que nos cega!

Quem de mim me espera agora, depois de tanta  pressa em lugares em que não me demorei? Ah! Agora finalmente chego onde sempre estive: dentro de mim! Mas eu sou quem mesmo, espelho meu?

Por fim, quero pintar com esta frase os meus cabelos:
O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã”.
Leonardo da Vinci




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