O amor, se não fosse a três seria um quadrilátero: afinal que tipo de jogo é este?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Dizer que “querer é poder”, já foi dito. Dizer, no
entanto, que o querer é dar ordem daquilo que também não se quer, enquanto “querer” é falar o não dito. È deste querer que eu quero
falar, ou seja, daquilo do qual eu não exerço poder algum, mesmo querendo.
Vou citar um exemplo, para ilustrar o dito acima: o
meu querer por uma pessoa, pode esconder uma outra pessoa querida. De sorte
que, no caso da primeira, isto é, a que não quero, é poder; já no caso da
segunda pessoa, a querida, de fato,
trata-se aqui de um querer - mas
um querer Outro – aquele cuja realização é dar ordem do esmagamento do sujeito!
Ora, eu estou falando do gozo, como também da nossa
perversão. E, por conseguinte, do “complexo de castração”. Perfeito!
Em outras palavras, rasgando o verbo: ninguém “come
ninguém”, senão com a fome de comer o outro! Ou seja, há de fato um “morto”
ai...
Que fome esta, não?
Pois bem, o dito aqui, nos remete ao menos à sombra de uma terceira pessoa. Ou seja, aquela
sem a qual não queríamos ninguém. De
fato, não se faz amor, usando um termo
menos canibalesco, sem que
este não seja à três. E olhe que, se somarmos em quanto cada um de nós
somos “divididos”, esta conta poderá aumentar significativamente!
Virgem Maria!
Não. É a “trindade” mesmo!
Entendeu agora por que os
nossos pais nunca se sentiram a sós?
Eita filho de uma Mãe!
Sim, e do Pai!
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