Falando de dores. Um parto!
Gilvaldo Quinzeiro
A dor. O que dizer? Como evitar? O que seria do ato de nascer com a ausência de
dor? Que parto não principia sem as suas
contrações? A dor, portanto, merece ao menos uma palavra. Aqui começa um
trabalho de parto!
Deste texto eu fui engravidado há poucos instantes
numa conversa com meu pai. O dito aqui não é algo incestuoso, embora, a principio, soe assim. Pois bem, nesta manhã de domingo, eu e meu
pai, travamos um diálogo sobre as coisas da vida, e entre estas, aquela que nos
parece inevitável, a dor. Entre um
assunto e outro, as nossas dores estavam mais do que viva em nossa conversa. E,
entre um silencio e outro, ouvíamos o
grito das nossas feridas!
Num certo momento, não me controlei, e eis que pari o
seguinte: eh! temos ao menos que tornar
a nossa dor, a melhor entre todas as
dores do mundo! Fiquei espantado com o que acabara de nascer de mim. E agora ao
retornar para casa, tive que expurgar de
vez o restante da minhas placentas: como assim tornar a minha dor melhor?
Sim! Se a dor,
ainda que indesejável, é “nossa companhia” – que a tornemos em algo
ao menos suportável, assim como, a despeito de todos nossos defeitos – temos que
nos aceitar!
A dor é parto de tudo. Mas nem tudo que é parto é
para dor. Às vezes a dor de agora é para se evitar o parto das dores futuras. Mas
as “dores evitáveis” ( se é que são dores), precisam que nos rasguemos em todo
e qualquer “trabalho de parto”!
Que parto este de agora ou que dor esta que me faz ter medo de
parir?
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