O barro do qual o amor é pote, e a água, o ódio!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Este texto é um mergulho nas coisas pelos quais os
alquimistas eram ‘úmidos’ e profundos. Uma espécie de artesão no labor dos mais
preciosos vasos e joias: o ‘barro’ da nossa alma!
Como farei isso? Simples! Com todos os ouvidos!
Assim como nos dias
dos alquimistas, tudo hoje é ‘broto’ – saliência do porvir. A começar pelo
penteado das novas gerações. O bizarro é apenas um sinal de que perdermos, de
algum modo, as referências!
Nestas condições, ‘o bizarro’ também é barro com qual se constrói
as coisas - sejam que coisas forem. Das coisas que jamais devemos usá-las como
medidas. Das coisas que como medidas somos.
Das nossas muitas bizarrices, muitas têm sido em nome do ‘amor’
ou daquilo que por ‘amor’ entendemos. Muitos crimes, inclusive! Aliás, se
repararmos bem, as páginas policiais dos jornais; estas têm servido mais de
espaço aos chamados crimes passionais, do que aos crimes comuns.
Como se explica isso? Não se explica – se faz!
Pois bem, o ‘barro’ do qual se faz o pote, é o mesmo que antes
serviu seu ‘intestino’
ao fogo; sem esta alquimia, no entanto, a sua constituição seria seguramente
porosa, assim como o é a mão atirada como flecha ao fundo do pote no ímpeto de
matar a sede!
O ‘barro’ do qual o amor é pote e água ao mesmo tempo, é contíguo
ao canteiro de obras, no qual o ódio é fincado. De sorte que, daqui, não só se
ouvem as vozes dos seus disciplinados operários, como também se sentem as suas
grossas mãos a misturar as massas.
Amar é fácil em palavras, sobretudo com aquelas que já são clichês.
O difícil é conter o ódio com atitudes. É
aqui onde fica a cabeça da serpente ou a boca do pote!
O diacho é saber em quem fixamos os nossos olhos. Fixos,
estamos – no barro-bizarro, certamente!
Os olhos, todos eles, inclusive os das serpentes, não foram
feitos para estarem fixos, se assim fossem, estariam nos dedos. Mas, os das
serpentes, ainda assim, como não possuem dedos – não seriam fixos!
Voltando a falar do
amor, as vezes este serve apenas de pote, onde o ódio é a água. O resultado
desta nefasta combinação é a sede de tudo, inclusive a de vingança!
Por fim, fique de olho em tudo, inclusive naquele que ficou
fixo!
Comentários
Postar um comentário