O 'bicho' do nosso medo
Por Gilvaldo Quinzeiro
Este texto é uma breve reflexão acerca da nossa luta
cotidiana. A luta renhida que nos transforma em tudo, exceto em nós mesmos! Mas
o que é o “nós mesmos”? O “nós mesmos” não será apenas uma condição de desejo?
O que é o desejo e a quem este habita?
Quanto ao cotidiano, não seria este, o ‘inferno’ de cada
um?
Em outras palavras,
se pudéssemos explicar didaticamente o nosso cotidiano, seria da seguinte
forma: de um lado, a realidade bruta e
esmagadora; do outro, o mundo virtual e seu fascínio enganador. Qual a ponte
entre ambos? O sujeito!
O sujeito é, portanto, lugar de travessias! É aqui onde quem quer que permaneça de pé,
leva todas as bordoadas – este é o ‘bicho’!
O ‘barro’ do qual o sujeito é feito, é o mesmo que serve de
moldura aos ‘fantasmas’. Isto é, se é um vaso; o outro, é o conteúdo.
O ‘bicho’ que corre atrás de mim sou eu!
Voltando a falar da luta cotidiana e de “nós mesmos”. Se revermos os noticiários, em especial, os mais
recentes, só nas festas de virada de ano – quantas pessoas perderam as cabeças
pelas mãos dos seus amantes? Que ‘diabo’
fez isso?
Não há dúvida, o ‘inferno’
é aqui do lado de dentro da porta, e mais especificamente, dentro de cada um.
Fugir dele é se desamparar de si!
Portanto, o sujeito é o ‘bicho’ da sua existência. Procurar
este ‘bicho’ em outrem, pode até ser mais cômado, porém, não extirpa o nosso
cansaço da fuga, e muito menos, o nosso medo!
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