O gozo e o 'diabo' do homem
Por Gilvaldo Quinzeiro
Bem, meus caros, hoje eu começo a gozar das minhas merecidas
férias. E o tema da minha reflexão, não
poderia ser outro – o gozo. Claro que ao ousar-me enveredar por este assunto, já por si só é uma
grande satisfação. De sorte que pouco importa se darei conta ou não do recado!
Pois bem, quem quer que queira se aprofundar na natureza
humana, e prescindir de uma incursão a esfera do gozo, é espirrar fora do
objeto de estudo em questão. Ou seja, é perder o fôlego por nada!
O gozo é um borrão; a tinta derramada numa folha de papel;
o esforço do pintor em dá vida a uma sombra refletida na parede; isto é, uma
antiga escrita à espera do seu decifrador.
O dito acima nos faz voltar para o interior das cavernas - da qual nunca saímos! A vida moderna, se assim chamarmos os nossos
dias, não tem passado de uma bruta prisão.
E assim sendo, para início de conversa que ‘diabo’ é o
homem? O ‘diabo’ do homem é a sua luta
para não se tornar no ‘diabo’ que todo homem teme, logo, isso alude ao gozo – a
carne pela qual todo ‘deus’ treme!
Por falar no ‘diabo’, lá vem a nossa peleja com as coisas
do corpo, morada de todo gozo. É aqui onde reside uma das chaves para se
compreender os nossos dias, a saber, ‘o deslocamento da genitália’ - hoje os
nossos olhos!
Parece que na gênese humana, ninguém se torna homem no
gozo, e sim, no sofrimento. De sorte que
o ‘diabo’ de todo sofrimento é a gente pensar que goza por ele.
Será este o grande feito da civilização atual, a saber,
gozar com os olhos para assim, nos acrescer de outros sofrimentos?
Comentários
Postar um comentário