O café, e o cheiro das outras coisas boas da vida!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Neste momento nalguma cabana sobre uma montanha em volta a
uma fogueira, caem os primeiros orvalhos da manhã. Todo silencio noturno é
quebrado pelo canto dos pássaros. Uma brisa fria vinda do Leste balança as palhas
dos coqueirais!
Hoje é mais um dia
para se começar meditando e escrevendo sobre as coisas da vida!
O que pensar? O que dizer? Como e para quem escrever? Enfim, por onde
começar?
Tomo como ponto de partida o cheiro do café, já a exalar e
espraiar-se montanha a baixo.
Não importa se acompanhado ou se sozinho, se num café de
Paris ou se no meio da mata - nada mais charmoso do que hábito de tomar café!
“Mulher e café só prestam quentes”, diz um ditado, hoje
posto em desuso pelas avalanches de coisas friamente novas que derrubam os velhos conceitos.
Ao sentir o cheiro do café, não tiro os olhos da fumaça que
sai dançando da xícara: quão belas são as dançarinas do tango Argentino! – Penso.
Sento-me à mesa, um jirau
de talo da palmeira de babaçu, e começo a encravar a folha de papel na velha
máquina de escrever. O texto sai torto assim:
“Se as pessoas corressem menos, e observassem mais, o tempo
seria melhor aproveitado. Se as pessoas bebessem mais chá, e menos
refrigerantes, saberiam pacientemente diferenciar o cheiro das flores! Se as
pessoas vissem mais o nascer do sol, e fossem até ao regato mais próximo lavar
o rosto, diminuiriam no mundo o número de pessoas que amanhecem todos os dias
tarde, e mal-humoradas(...)! ”
Bom café de domingo!
Comentários
Postar um comentário