O tempo, os monstros e as preces: quem deve temer quem?
Por Gilvaldo Quinzeiro
A civilização. Se formos levar em conta os ensinos de Freud, e é
dele a minha ferramenta enferrujada, esta
teve seu começo “monstruoso”. Ainda que isso seja apenas, uma explicação mitológica,
hipotética, contudo, a fome que nos faz voraz, tem erigido em todas as épocas,
“os monstros” contra os quais dirigimos nossas preces.
. Assim foi na Idade Média, quando, quem tinha o poder sobre o corpo e a alma das
pessoas, se “alimentava” das mesmas preces que se faziam, enquanto, “os
monstros” ardiam em suas fogueiras.
E quanto aos “monstros” dos nossos dias? Quem saberá nos
responder de onde estão vindos e para quem são as nossas preces? Qual a fome que as alimentam?
Ora, não há monstro algum, quando para este também não se
têm armas compatíveis. Então, em nossos
dias, diante do uso de armas diversas e impraváveis, que vão desde um simples
aparelho de celular, da vagina que o esconde aos mísseis inteligentes – os
monstros somos todos nós!
Ainda bem! Já
pensou se fossem uns e outros não?
Portanto, “os monstros” dos nossos dias podem ser tantos
os santos, quanto os demônios. A questão é que para estes não se tem arma
alguma, pois, o nosso medo é seu alimento!
O medo, pois, é
uma das marcas mais visíveis dos nossos dias. Talvez, por isso, fechar os
olhos, significa contemplar “ o nosso
monstro interior”. Quiçá, seja este motivo pelo qual, estamos diante do despertar de uma geração de zumbis?
Entretanto, tempo houve, onde a mais poderosa das armas usadas era um “chiqueirador”(
uma tira de couro de boi amarrada na ponta de um cacete), assim sendo, quão
maleáveis eram os monstros, e de alguns, o homem pôde tê-lo como “amigo” – seria este o
caso do cão?
Au-au!
.
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