Quando a loucura já nos sorrir da nossa graça, finalmente com que cara ficamos? Uma reflexão sobre o cotidiano que acreditamos nos pertencer


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

Por quem sorrir os nossos gestos, quando “o amontoar dos pedaços”, não são de outrem, mas os nossos? De quem é a certeza que nos faz acreditar que o nosso dia a dia cujas preces pela pressa do que ainda há por vir, nos pertence?

Poucos são “ oficialmente loucos”  como Arthur Bispo do Rosário a costurar com curtas linhas, os labirintos do seu próprio tempo. Muitos são os que para a “normalidade” dos nossos dias, dão grossos, mas frouxos nós na própria pele, pois, é nesta o lugar onde os quais  se encontram presos.

A loucura, pois, é certa, quando as linhas que nos separam da normalidade são tortas ou puídas.

Nestes dias tão claros de tantas informações midiáticas e outras que tardamos entender, a polícia está tendo um trabalho de louco para decifrar, a morte de famílias inteiras que vem se multiplicando. O primeiro o caso da família Pesseghini, onde o suspeito é próprio filho de apenas 13 anos; o segundo caso, uma mãe e mais quatro  filhos foram encontrados mortos com suspeita de envenenamento. Fora, os novos casos das mães que mataram as filhas, etc., etc.

Claro que eu não estou citando o caso  do atirador que matou 12 pessoas nos Estados Unidos,  numa base naval, nem os outros  casos desta natureza que por lá têm se repetidos.

Uma questão a ser levantada é: Como lidar com a ideia de que a realidade nos impõe limites, ao mesmo tempo em que  “o limitar” neste tempo é sinônimo de não pertencimento?

Pois bem, as propagandas dos fabricantes de automóveis; das operadoras de telefonias; dos fabricantes de computadores – nos induzem diariamente a ideia de que o limite é o nosso bolso, não o que eles estão a nos oferecer – portanto, vale tudo, inclusive não  economizar por aquilo  que nos darão asas!

 Que loucura esta tão estampada nas nossas caras! Tudo isso em nome do “progresso”; da “civilização”; do “desenvolvimento”; do “bem-estar” e da “racionalidade”.

 Quantas vidas foram e estão sendo ceifadas por jovens em cima de suas motocicletas, por exemplo, por acreditarem  que estas lhes transformaram radicalmente em outros – aqueles para os  quais não têm limites algum?

Ora, até a mãe natureza com seus bilhões de anos, obedece aos processos inerentes ao seu desenvolvimento, ou seja, nada nasce maduro; tudo passa por um lento “ rastejar” – como então acreditar que tudo na nossa vida depende de um simples apertar no botão, e, pronto?

Um bom dia para se costurar as coisas, enquanto ainda acreditamos estar em nossa pele!

Bom dia!

 

 

 

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