O homem e a cidade
Por Gilvaldo
Quinzeiro
O homem se
urbanizou. Portanto, hoje, é um bicho mais complexo e que rumina para além das
nossas calçadas sem espaço. Um bicho para além de estressado, diga-se de
passagem.
Nos altos dos muros ou fachadas dos prédios as pichações. Estas são os encardidos sinais de uma comunicação quase
gutural: bla, blum, ummmmm! Nada que nos faça
entender tamanha dor de estômago!
O urbano, e suas demandas.
A luta que aqui travamos nos traz de
volta às nossas cavernas. E a “luz” que agora
nos falta sobrou em Platão: como então se libertar do
óbvio que nos eclipsa? O que aprender com as cracolândias? – lugar onde todos
os bichos representam “o humano” sem pele alguma – tudo lá está literalmente
esfolado! Como enfim, fazer “contatos” com os favelados e suas demandas,
se com uma mão se acena, mas com a
outra, se segura o fuzil que lhes arrancam a cabeça?
O urbano virou
desencanto; desencanto este, também
presente nos estádios de futebol
e suas “torcidas organizadas” – o belo mesmo, se perdeu de vista! O gozo, este, nem se fala - só com muitos corpos ensanguentados! O árbitro
apita: final de mais um espetáculo sem graça!
Gol? É pau sobre a
cabeça!
Ora, com tanto
“ismo”, mas com raros “carpinteiros”: o urbano é um discurso – aquele que já estamos cansados de ouvir! Quisera não ouvir nada. Mas como
permanecer surdos ao barulho das sirenes pedindo passagem a mais um desvalido? Afinal para que tanta pressa? Ninguém nos
hospitais lhe espera!
Por fim, o que
dizer do medo crescente, que, se não contido, terá o tamanho das grandes
cidades? Este medo só é comparável
aquele que nos rasga numa sala de aula! É aqui, onde todos os “ismos” já não são mais
preciso. O que se precisa mesmo, entretanto,
é de remédio para cicatrizar as feridas!
Ufa!
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