Caboclo, o arquétipo. Um adentrar a outro mundo: mas apenas pelos seus atalhos! ...
Por Gilvaldo Quinzeiro
De raízes, folhas, palhas, cascas e cipós. Este é
universo no qual o caboclo está filosoficamente fincado. Tudo entrelaçado.
Sagrado e misterioso. Penetrá-lo, só
nascendo como “árvore”, ainda que a mais rasteira...
O caboclo, para o próprio, é uma entidade, um “arquétipo”
como nos diria Jung - e não aquilo que os etnólogos chamam de fusão entre o
branco o e índio. É aqui, pois, que
começa a nossa bruta ignorância sobre o assunto.
Aliás, tudo para o caboclo tem “consciência” ou alma
usando um termo mais adequado, se assim posso falar. A relação do caboclo com
as plantas, por exemplo, é tão íntima que, a sua subjetividade não poderá ser
compreendida separada daquela. Complexo? Não.
É a simplicidade cabocla!
É da floresta, pois, que o caboclo sabiamente retira não
só o remédio para cura de suas enfermidades; o alimento que sacia a sua fome,
como também o seu apego ao “espiritual”. É aqui onde a árvore assume outra
categoria que não aquela para o biólogo.
Portanto, a floresta oferece ao caboclo desde o
estimulante sexual; o analgésico, como o acesso ao mundo sobrenatural. Aliás, é
bom que se diga que o caboclo vive de fato em outro mundo!
É este universo, porém,
rico e ainda desconhecido que poderá a qualquer momento desaparecer tal como a
Eta Carinae – a grande estrela que nos espantará em alguns dias!
O quê?
Nada. São só conjecturas!...
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