O barco à deriva e o pescador!
Por Gilvaldo Quinzeiro
No barco da vida, e na condição de náufrago, o que
aprendi de frente pro mal revolto, se constitui em frágil remo e vela rasgada.
Contudo, se estou contando o que sobrou, é sinal de que sobrevivi a todas as
tempestades!
Ufa!
Que bom ter escapado! Quantos bichos me quiseram devorar,
enquanto a solidão era a inseparável companheira!
Eu sobrevivi!
Hoje não sou dono de nada e nem ninguém (ainda bem!). E
para habitar a mim mesmo, tenho trabalhado duro para me despossuir dos outros.
Os outros que se fizeram de inquilinos no mais escuro de mim.
O barco segue à
deriva, bem sei, mas está comigo mesmo é saber, o quanto as árvores, não
obstante as tempestades permanecem serenas!
A vida se faz com nossos amarradios. Nem tão frouxo e
muito menos nem tão apertado. As vezes os nós que damos nas coisas o fazemos
com o nosso pescoço. Aliás o que há na vida que já não encontramos tão bem
atados? Já não estamos de algum modo enforcados?
Está num barco, qualquer que seja, é também ter a
obrigação de ser um pescador. Não de peixe, tão somente, mas do encanto do mar!
... Este sim, fisgou o significado breve da vida!
O mar segue. Ora, calmo. Ora, tempestivo.
Viver acreditando
em quão puídos amarradios que o amanhecer virá, é poetizar a existência, quão tênue
seja esta!
Siga sempre o mar, Pedro Pescador, ainda que apenas
invejando o voo das gaivotas!
Um bom dia para se viver o dia inteiro!
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