Para não dizer que nunca brinquei com boneca de pano. Uma introdução sobre a seriedade das brincadeiras infantis
Por Gilvaldo Quinzeiro
Pode nos parecer apenas lúdico, mas, “o brincar” de uma
criança é sério. É um gigantesco esforço no sentido de reconstruir a realidade
que lhe escapa. “Realidade” é o modo de dizer, o que, para a criança significa
aquilo que lhe devora. Ou seja, o encontro de “bocas” – a da criança que
realmente abocanha o mundo – e a do mundo que já reaparece na forma de vômito.
O vômito! Como assim?
Ora, a realidade naquilo que também tem de ilusório, não
é outra coisa, senão o vômito com o que restou de nós do seu abocanhar! Daí é que
ficar “juntando os pedaços” pode se tornar um gesto para o resta da vida.
Portanto, a ponte
que liga a criança ao adulto, não é fixa, mas móvel, ou seja, andamos com ela
dentro de nós. E sua travessia pode nos ser realmente impossível, posto que,
qualquer que seja o lado, já habitamos os seus extremos!
Mas, voltando ao “brincar da criança”. O que há ali que não nos seja espantoso,
sobretudo, quando é “o imitar” do mundo adulto?
Eis porque temos a obrigação de sermos adultos saudáveis! E para isso,
entretanto, aprender com as crianças é o ABC e a cartilha. Ou seja, mais do que
o conhecimento necessário é o kit para a nossa sobrevivência, quando, ser criança
não tem mais justificativa nenhuma.
E quanto a “boneca de pano”?
- Viu como você também ainda quer brincar!
Bom domingo para se brincar de viver!
Comentários
Postar um comentário