100 anos depois da Primeira Grande Guerra, estamos de novo entrincheirados.


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

O homem definitivamente não está sozinho na “trincheira” dos nossos dias. Se no passado foram os tanques de guerras que assombraram com suas performances se colocando de pé frente às metralhadoras  e abrindo passagem no meio ao que antes era intransponível,  hoje, estamos sentados sobre todo “tipo de cérebros”. A consequência disso: um tiro na velha existência!

Em outras palavras, já não é o homem que antropomorfiza a coisa, mas a coisa que coisifica o homem. Tal como os gases químicos usados na Primeira Grande Guerra Mundial, a “inteligência artificial” nos atrai e sufoca. Eis a nossa nova trincheira. Com quais armas avançaremos um palmo a frente?

A multiplicidade de um único aparelho,  nos coloca ao alcance da mão  a força criadora de um “big bang”.  Ajoelhar-se  agora para quem, meus filhos? Quão  profunda  é a coisa na qual nos afundamos!

Os anos de 1914 e 2014. Ambos marcam o inicio de um novo tempo. O primeiro, anunciava   com a matança de homens em defesa de suas fronteiras, o quanto de ferro deveria ser os novos homens.  O segundo,  inicia-se um novo tempo  anunciando por múltiplos  sinais que já não temos mais nenhuma fronteira?

Por um lado,  estamos encantados com as novas invenções. Por outro, estamos atrofiados pelos “músculos” que ganhamos  daquelas. Quem ainda se coça com as próprias mãos?

Já não são as guerras que se avizinham que nos assustam! Assustados todos estamos é com a amnesia que em nós se instala  a respeito de quem  fomos há alguns instantes atrás. Eu quem meu vistoso outro?

Estamos perdendo os  sentidos!  A visão,  diante das avalanches de tantas imagens, substitui todos os outros sentidos. Eis o motivo pelo qual ficamos tão obesos sem que nada, de fato, nos alimente!

Ora, de todas as guerras, a do “espelho” nos tira o pé do chão sem que seja  preciso dar  um tiro sequer. É aqui onde travamos a mais terrível das batalhas: morrer não é mais possível, quando o que  se contempla é “espantalho”.

Nestas condições que nos venha à próxima Grande Guerra?

 

 

 

 

 

 

 

 

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