A realidade, o sujeito e as drogas: que diabo é pior do que o outro?


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

A realidade, o sujeito e as drogas.  Eis as trempes cujo fogo nunca se apaga! Nesta reflexão vamos arriscar ao menos a falar das nossas fraquezas, e ainda assim,  tentar permanecer de pé.  

A realidade é “árvore e fruto” ao mesmo tempo, logo, nunca dorme, e seus pesadelos é da ordem daquilo que  se alimenta de carne viva. Já  o sujeito, não passa de um pobre coitado! Sem raiz,  luta em vão para se agarrar a alguma coisa.  As drogas, por sua vez,  é a faca na mão do sujeito no esforço desesperador  de conter às suas vísceras  expostas!

Em outras palavras, a realidade é a “pata” que esmaga. O sujeito, um “pinto pelado”. As drogas. Ah as drogas!   esta é uma mera  bolha de sabão   a nos proteger do esmagamento(?).

Pois bem,  desde os primórdios das cavernas que “a realidade”  é de natureza esmagadora. Talvez por isso, o apego do homem  aos “fantasmas”.  Tudo isso apenas para  manter-se  de pé. Eis o berço, portanto, das  religiões. Ou seja, o  sentimento de  total  desamparo. È este também o nascedouro  do uso das drogas.   Poderia haver outro  berço, senão o da nossa total insegurança?

Veja o quanto é complexo e apaixonante este assunto!

Mas voltando a falar da tríade ( eu prefiro “trempe”), a  realidade, o sujeito e as drogas. Hoje eu ouvi atentamente a conversa de dois psiquiatras num canal de televisão, falando do “crescimento da cracolândia”, bem como da atual política de combate às drogas, em especial, ao crack. O que mais me chamou atenção nesta conversa, no entanto,  foi exatamente a divergência de ambos, seja no tocante, a questão conceitual; seja no que diz respeito, ao combate das drogas propriamente dito.

Veja em que  tipo de inferno nos metemos!

Hoje eu entendo que chegar a velhice  como eu e outros, mesmo enquanto “fugitivo” desta tal realidade  - é sim ser um vitorioso! Quantos ainda nos primórdios da sua vida, não se “soterraram de medo”?

Portanto, ainda que na condição  de meros  “pintos pelados”, e  mesmo com a frustração de não ter ganho asas, continuar de pé, a despeito de um possível esmagamento – é sim motivo de “comemoração”!

Ufa!

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