Para os engenhos da violência, toda a nossa lucidez é cachaça


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

Se levarmos em conta os dados assombrosos sobre a violência no Brasil que foram apresentados  pela 8ª Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, até à  conclusão desse texto, cerca de 40 pessoas serão assassinadas, isto é, segundo este  relatório, a cada 10 minutos uma pessoa é assassinada no Brasil.

  Bem, como eu não tenho  porque escrever apressadamente, pouco ou nada do que eu disser aqui, consertarão os passos tortos de quem está fugindo ou indo em direção a morte. O tempo é que  está bêbado, e qualquer esforço nosso por mais lúcido que seja, ainda assim, é “cachaça”.

Os engenhos da violência nos escapam  a uma compreensão mais apurada. Tal é a perda dos nossos  dedos nesta  investida.

È sabido, entretanto, que a  violência não tem pé e nem cabeça, isto é, toda e qualquer violência é a perda de bom senso.  Mas negar que esta  não tenha “alma” é impossível. Talvez seja este o aspecto mais difícil no que diz  respeito a nossa compreensão. Os dados estatísticos, portanto, apenas nos revelam uma face – aquela que nos  oculta à outra. É esta outra face que os estudos não nos apontam nada.

A sociedade brasileira  no afã do seu próprio conforto, adotou um “monstro” – a violência. Digo isso porque a violência é o resultado de muitas negligencias, seja por parte da politica governamental, seja por parte da sociedade ao se fechar os olhos para a nossa crua realidade. Soma-se a isso o interesse de toda uma “indústria” que lucra com a onda crescente de violência.

O Brasil, portanto, não terá “garapa” pela frente. E nem mãos que não sejam amputadas no esforço gigantesco de se conter os engenhos da violência. È preciso, pois, se redesenhar uma nova civilização.  Não haverá uma nova civilização, entretanto,  sem que  nos seus engenhos, não se tenha apurado uma ressignificação para  lucidez!

 

 

 

 

 

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