AMOR E ÓDIO

Gilvaldo Quinzeiro

O caminho percorrido por quem ama é o mesmo caminho que o trará de volta ao ponto de partida onde o amor acaba. O trajeto tanto para o amor quanto para o ódio é o mesmo. A diferença, no entanto, consiste em que com amor os obstáculos são todos transponíveis, já com ódio o menor dos obstáculos ganham de nós toda a força que nos faz pequeno.

Tanto o amor, quanto o ódio são forças que nos arremessam para muito além de nós. A diferença, no entanto, entre e um outro é que no amor, os pântanos mesmo nos atolando são como pontes que nos atravessam para o outro lado de nós; já no ódio não passam de atoleiros que se mantêm dentro de nós sem perspectivas de nenhuma travessia.

Todavia, de toda esta reflexão podemos concluir que o “combustível” que alimenta tanto uma força, quanto à outra é extraído de nós mesmos. Ou seja, o ego que se encolhe a medida que ambiente o invade quando odiamos, é tão devastador aponto de nos achatarmos dentro nós; já quando amamos, ao invés nos sentimos estreitos, nos alagarmos tanto para além de nós que não há espaço que nos caiba . E o pântano que nos fez atoleiro quando odiando, quando amando se constitui em um imenso jardim com as mais diversas e perfumadas flores.

Portanto, o ódio e o amor são alimentados pelas mesmas raízes cuja árvore de acordo com a estação dá frutos diferentes. De sorte que, em se conhecendo as raízes desta árvore, e, em se aproximando as mudanças de estação, não obstante o anuncio de tempestades, há de se compreender que a árvore continuará sendo árvore mesmo caída ao chão.





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