VIVER COMO UM PÊNDULO, UMA ALUCINADA MANEIRA DE SOBREVIVER!




Gilvaldo Quinzeiro



Sigmund Freud em Interpretação dos Sonhos foi quem abriu a “caixa preta” de um dos aspectos mais intrigante da natureza humana, a saber, o ato de sonhar. Através da análise dos sonhos podemos desvendar a “face oculta” do que antes nos parecia inexplicável ou sem nenhum valor. A importância dos sonhos, no entanto, é bem maior do que se tem atribuído.

Neste trabalho abordaremos esta discussão, abrindo no nosso entender novos aspectos a serem aprofundados posteriormente. Tomaremos como referencia a obra de Freud, entretanto, nos atrevendo a dar outros saltos no escuro labirinto do Inconsciente humano.

O psiquismo humano desenvolve um movimento pendular no percurso entre o estado onírico e o estado de vigília, ou seja, tal como um pêndulo incessante estamos “indo e voltando” a realidades radicalmente diferentes. De sorte que sempre somos alienígenas em um habitat, que nunca habitamos. O “ir” e o “voltar” desse pêndulo nos arremessa para além.

Como e por que nos tornamos alienígenas nesta “realidade pendular”? A resposta não nos será fácil, porém, nos empenharemos em tratar o questionamento com a maior seriedade possível, atrevendo a respondê-lo.
Primeiro, a realidade impactante e destruidora do dia a dia, não é sentida como tal no estado de vigília.

Segundo, a realidade impactante e destruidora é sentida como tal apenas no estado onírico.

Terceiro, para que não se sinta a realidade impactante e destruidora no estado de vigília, é preciso que esta seja vivida como se estivesse no estado onírico.


Quarto, para se sentir a realidade impactante e destruidora no estado onírico é preciso que esta seja vivida como se estivesse no estado de vigília. Em outras palavras, passamos em um movimento pendular de uma realidade a outra, porque do contrário não teríamos o psiquismo ou a subjetividade preservada, isto é, teríamos o sefl esmagado.

Dito com outras palavras, à luz da realidade, não passamos de uns “pintos despenados” no meio da chuva, onde é o có-có-ró-có de uma outra galinha que nos faz acreditar numa realidade outra – a de que temos que criar nossas próprias asas!

Conclui-se, pois, que não temos estrutura para suportar o peso da realidade nua e crua, senão criando uma outra – a que nos tornamos pavões!

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