A REALIDADE, O SUJEITO E A LOUCURA: INGREDIENTES DA ARTE (?)
Gilvaldo Quinzeiro
1 – A realidade está para o sujeito assim como este está para a realidade, ou seja, ambos se fundem e se completam no “nó da subjetividade”. Em outras palavras, a realidade só se constitui em “realidade” para nós, quando nos acrescentamos a ela, tal como o artista que, por mais abstrata que seja sua pintura, ainda assim não consegue sua “face” ocultar na tela pintada. A realidade é, pois em certo sentido, o nosso ego lá fora, isto é, impresso na realidade. Todavia, quando este vínculo se desfaz, quebra-se a “corda” cujo nó, a nossa subjetividade, a ela se dependurava.
2 – O sujeito, por sua vez, enquanto nascido do ventre da realidade estabelecida, só se torna sujeito, quando a partir da imagem especular do Outro - ultrapassa a “fase do espelho” na qual a sua imagem é refletida primeiro como sendo a imagem do outro, para só depois (re) conhecê-la como sendo a sua.
3 – Já a loucura é de uma ordem na qual a identidade do sujeito construída a partir do referencial do Outro se esvai quando a palavra deste que também edificou o sujeito, não corresponde com a realidade. Dito de outra forma, a loucura é a “face” do sujeito borrando não no quadro pintado, mas na realidade antes erigida, agora quebrada tal como um espelho.
4 – Habitar a loucura é, portanto esfolar-se, não conter mais as vísceras dentro de si; um vomitar constante o “Outro” do estômago – o que no quadro do artista seria a paisagem, a cor, a luz, isto é, a matéria-prima - no louco é obra já em exposição.
1 – A realidade está para o sujeito assim como este está para a realidade, ou seja, ambos se fundem e se completam no “nó da subjetividade”. Em outras palavras, a realidade só se constitui em “realidade” para nós, quando nos acrescentamos a ela, tal como o artista que, por mais abstrata que seja sua pintura, ainda assim não consegue sua “face” ocultar na tela pintada. A realidade é, pois em certo sentido, o nosso ego lá fora, isto é, impresso na realidade. Todavia, quando este vínculo se desfaz, quebra-se a “corda” cujo nó, a nossa subjetividade, a ela se dependurava.
2 – O sujeito, por sua vez, enquanto nascido do ventre da realidade estabelecida, só se torna sujeito, quando a partir da imagem especular do Outro - ultrapassa a “fase do espelho” na qual a sua imagem é refletida primeiro como sendo a imagem do outro, para só depois (re) conhecê-la como sendo a sua.
3 – Já a loucura é de uma ordem na qual a identidade do sujeito construída a partir do referencial do Outro se esvai quando a palavra deste que também edificou o sujeito, não corresponde com a realidade. Dito de outra forma, a loucura é a “face” do sujeito borrando não no quadro pintado, mas na realidade antes erigida, agora quebrada tal como um espelho.
4 – Habitar a loucura é, portanto esfolar-se, não conter mais as vísceras dentro de si; um vomitar constante o “Outro” do estômago – o que no quadro do artista seria a paisagem, a cor, a luz, isto é, a matéria-prima - no louco é obra já em exposição.
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